quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Os problemas em sermos todos iguais




A falta de expressão e individualidade na moda

por Mari Leal

Qual a sensação de ser mais um soldado no exercito dos fashionistas engajados? Esse texto serve para refletir sobre o quão semelhante pessoas com histórias diferentes ao redor do mundo podem ser.


Outro dia me peguei olhando um desses editoriais de publicações bem alternativas. Eram fotos feitas em festas, ruas e apartamentos de Paris, Londres e Barcelona. Tudo bem até ai, já que esses editoriais de linguagem descontraída são realmente interessantes. O problema estava no fato de que nada tornava cada uma daquelas pessoas diferente. Não havia distinção. Eles eram de cidades especificas, mas pareciam membros de uma grande tribo ou de um exercito uniformizado. O tipo de blusa, o corte das calças, as estampas, nada os decifrá-los.

Continuei olhando a revista e minha mente foi ficando cada vez mais apertada. As imagens agora eram de pessoas brasileiras e eu só conseguia saber disso por que existiam algumas placas nas paredes escritas com gírias daqui. Será que somos todos pequenos Legos? Só trocamos as cabeças, mas as roupas continuam as mesmas? O que nos diferencia em uma ‘fábrica’ de modelos iguais? O que nos define culturalmente? Será que queremos que nos reconheçam?


Fiquei cogitando mil possibilidades, imaginei todo tipo de respostas e só consegui cogitar, no fim, que em nossa eterna rotina em busca da aceitação e inclusão, estamos usando a ferramenta mais antiga e prática: disfarces.


Só queremos ser aceitos, queremos ser cosmopolitas, donos do nosso nariz e do mundo, mas para isso diariamente deixamos um pouco de nós para trás e misturamos diversas referências e conceitos em busca de respostas que unificam em um único resultado. Nos apropriamos de hábitos que não são nossos, vivemos experiências que não estavam inseridas na nossa cultura e respondemos por atos que inicialmente não corresponderiam a nossa realidade. Estamos presos em uma rotina que nos define cada vez mais como semelhantes e não como seres individuais, mas quem diz se isso é bom ou ruim é você. Então me diga:

Como você se sente fazendo parte de um tribalismo cosmopolita?

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